sexta-feira, 3 de junho de 2011

; nãoo

youoranybody:

“Vê se me esquece, menina!” Ouvia-te dizendo com aquele tom de voz como se me dissesse bem lá no fundo que não iria voltar atrás do que disse, que não me pediria desculpas pelo coração estraçalhado que acabará de causar. Além do mais, repetia para que não houvesse duvida alguma dentro de mim: “Vê se me esquece, isso mesmo, me esquece…” E eu esqueci. Esqueci com a condição de que descobri como esquecer pela metade, como guardar bem no fundo do coração, trancar, deixar lá numa caixinha que ninguém mexe, ninguém sabe que existe mas que ao te ver sorrindo ao longe me mostra que ainda tá ali. Aprendi a não chorar por não te ter e nem ficar com o “e se…” na cabeça o dia todo, esqueci de como era o jeito que a gente brincava e também de todas as vezes que fingimos assistir aqueles filmes chatos. Esqueci o quanto eu adorava quando você esquecia de soltar minha cintura e de todas as vezes que você não largava a minha mão, mesmo que eu implorasse. Esqueci como era bom lembrar de você. Maldita caixinha que eu deveria ter jogado fora, existiria um jeito de me livrar dela, eu tenho certeza. Não aguentei o sorriso que você deu pra mim depois de tanto tempo sem me ver, todo o esquecimento pela metade voltou a ser inteiro, completo, confuso e de todas as formas possíveis a coisa que eu mais lembro. Não me sai da cabeça o seu jeito de pedir pra que eu te esqueça, não dá, não vai embora. Mas todas as vezes que você vem, me aparece desse jeito, com essa cara como quem não quer nada e mesmo assim me pede tudo, todas as vezes que você decide que ainda não é hora de jogar fora a caixinha - maldita caixinha! - pra longe, todas as vezes que você decide ficar mais perto, eu me perco. Me perco tentando me achar em você. Me perco porque quero me achar em você, ou quero que você se ache em mim. Talvez a caixinha se abriu mesmo, trouxe tudo de volta - apesar de bagunçado, mas trouxe - porque ainda dá tempo, me entende? E por alguma circunstancia que você me faz acreditar, a gente sempre vai estar no tempo certo pra gente. Te guardo, sempre te guardei e continuarei guardando em um caixinha, na mente, memória… Coração. Te guardo em tantos lugares que fica fácil te achar, fica fácil me perder.” 
Luisa Menin

 Não percebo certas pessoas, não percebo certos actos que tomar e que o
fazem durante a sua vida. Juro que eu não percebo!

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